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:: ‘#SUS’

‘Tomei vacina em 10 minutos’: estrangeiros vão às redes para elogiar o SUS

“Proteja o SUS “. Na pandemia, as redes sociais foram inundadas por imagens que defendiam o Sistema Único de Saúde. Agora, é a vez de os estrangeiros que estão no país elogiarem o atendimento médico daqui.

Recentemente, o correspondente do jornal americano “The Washington Post” Terrence McCoy, viralizou contando sobre a agilidade com que foi atendido em Paraty —sem pagar nada— após sofrer um acidente fechando o porta-malas de seu carro.

Terrence McCoy, americano, Su Temitope, nigeriana, e Nick Whincup, inglês, elogiam o SUSFoto: Arquivo Pessoal / Viva Bem Uol

‘Nem sabia que era de graça’

Ele não é o único. O TikTok está inundado de uma trend de estrangeiros elogiando os atendimentos que receberam de forma gratuita em hospitais públicos. Eles reconhecem os enormes desafios do SUS, mas também destacam as vantagens.

Su Temitope é nigeriana e está no Brasil há cinco anos. Ela gravou um vídeo destacando que uma das coisas que ama no país é o atendimento que recebe na UBS (Unidade Básica de Saúde).

“Na Nigéria, até os hospitais públicos são pagos. É como ir a um particular aqui no Brasil”, disse.

“A primeira vez que fui ao SUS foi para fazer minha carteirinha de atendimento. Foi muito rápido. E eu nem sabia que era de graça. Queria garantir que conseguiria ser atendida quando precisasse”, explicou Temitope.

Doente, foi à UBS certa vez. Estava cheio, mas o atendimento funcionou. “Peguei minha senha e algumas pessoas preferenciais passaram na minha frente, o que é normal. Na triagem, como meu caso não era grave, fui sinalizada com uma pulseira verde”, conta.

Ao fim da consulta, o médico deu uma receita e Temitope pôde pegar os medicamentos na farmácia popular.

“Não pagar nada foi muito chocante para mim –nem a consulta e nem os remédios.

Sei que é pago com impostos, mas é legal saber que posso correr para o SUS.

Pode demorar, sim, dependendo de onde você está. Mas eles vão te atender.

Ver que pessoas que não têm dinheiro podem conseguir tratamento,

diferentemente da Nigéria, me deixa feliz”.

Su Temitope

Atendimentos aos milhões

De acordo com dados do Ministério da Saúde, de janeiro de 2022 a dezembro de 2023, 520.188 estrangeiros foram atendidos nos cuidados primários à saúde. Em 2024, 337.187 deles passaram pelo SUS e, em 2025, os números já somam 256.946.

Em atendimentos especializados, a contagem segue alta: foram 3.087.075 atendimentos entre 2022 e maio de 2025. A atenção hospitalar para estrangeiros, no mesmo período, foi de 150.180. O governo gastou com estrangeiros, em três anos, R$ 486.530.713.

Isso acontece porque o SUS tem como regra atender todas as pessoas que estão em território brasileiro, o que inclui de turistas a visitantes temporários, independentemente de origem e status migratório.

Segundo comunicado enviado à reportagem, “os acolhimentos e atendimentos devem ocorrer sem exigir documentação específica que possa impedir ou colocar barreiras no acesso”.

Uma ‘picadinha’ em qualquer lugar do país

Nick Whincup é da Inglaterra, o berço da NHS (National Health Service, ou Serviço Nacional de Saúde) —a inspiração por trás da criação do SUS. Ele mora no Brasil há seis anos e, como tem plano de saúde, a primeira vez que precisou usar o SUS foi após ser mordido por um cachorro de rua no Rio de Janeiro.

“O animal estava deitado embaixo de um banco em que sentei. Não vi e acabei pisando no rabo dele. Mesmo de calça, minha perna sangrou. Cheguei ao hospital e me falaram que eu precisaria procurar uma UBS para a vacina”, contou

Na saída do atendimento, ele gravou um vídeo impressionado com a forma como foi atendido. “Não conseguia acreditar no quanto meu atendimento foi rápido. Como era para vacinação, a fila estava pequena, me atenderam em no máximo 10 minutos. A médica foi simpática e ainda falava inglês bem”, conta Whincup.

Nick Whincup ficou impressionado com seu atendimento para vacina no SUSFoto: Instagram / Uol

Ele precisaria de quatro doses de vacina antirrábica. Foi instruído sobre os intervalos, recebeu um comprovante e ouviu que poderia receber a “picadinha” em qualquer lugar do país —uma das preocupações era por ter uma viagem marcada para Salvador.

Seu registro rendeu elogios à equipe de atendimento. Após o vídeo viralizar, um representante do Ministério da Saúde entrou em contato com ele, agradecendo o elogio. E também falou com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, que repassou o reconhecimento para as atendentes do dia.

Ter à disposição uma vacina contra a raiva parece banal, mas, recentemente, uma brasileira narrou a saga para conseguir as doses do imunizante após ser mordida por um macaco na Tailândia. Ela chegou a gastar R$ 4.200 no país asiático para tomar vacinas. E mais uma quantia no Japão, para onde seguiu viagem. Acabou retornando ao Brasil porque teve uma reação alérgica e não conseguia atendimento no Japão.

Nem tudo são flores

Para Temitope, que não tem atendimento médico gratuito em seu país, é chocante ouvir um brasileiro reclamar do SUS, mesmo com as limitações do sistema de saúde.

Su Temitope é da Nigéria, onde não há saúde públicaFoto: Instagram / Uol

“Quando as pessoas já estão acostumadas com o que têm, vão querer algo melhor. Como vim de um lugar sem nenhum acesso, acho uma maravilha. Vejo pessoas se irritando, brigando com enfermeiras, mas prefiro ficar calada, porque acho incrível ter um hospital para ir”, disse.

“Em muitos países, as pessoas vão nascer e morrer sem conhecer as delícias do atendimento público de saúde.”

Su Temitope

Para Whincup, que vem de um país onde a oferta —e os problemas— também existem, a percepção é outra. “Saí do país há 15 anos e sempre houve reclamações. Hoje sei que o número de reclamações contra o NHS aumentou”, conta.

Ele usa como exemplo tratamentos contra o câncer. Em casos graves, em que o paciente precisa ter uma consulta entre três e seis meses, o NHS pode demorar mais tempo do que isso. Problemas parecidos também afetam o SUS.

O tempo de espera é, na opinião de médicos ligados à criação do SUS no Brasil, um dos principais gargalos, sobretudo no atendimento secundário (acesso a especialistas, por exemplo, cardiologista) e terciário (hospitais de grande porte, acesso a cirurgias, por exemplo).

SUS tem gargalos, principalmente no atendimento com especialistasFoto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma pesquisa com 1.500 brasileiros, em 2024, mostrou que brasileiros da classe C são impactados pela longa espera no SUS. 60% afirmam que o tempo de espera para consultas com especialistas é muito longo. A mesma reclamação vale para exames (56%) e consulta com clínicos gerais (46%).

No mesmo levantamento, feito pelo Instituto Locomotiva, 94% concordam que reduzir o tempo de espera para consultas e exames deveria ser uma prioridade.

“Só usei o SUS uma vez, para vacina, então só posso falar da minha experiência, que foi ótima.

Não uso o NHS há anos, mas acredito que as pessoas do Reino Unido têm um

bom atendimento de saúde gratuito, só não é perfeito”.
Nick Whincup

Whincup diz ter orgulho do NHS, mas, assim como os brasileiros, gostaria que o serviço melhorasse.

Fonte: Viva Bem/Uol

Pacientes do SUS poderão ser atendidos por planos de saúde a partir de agosto

Adesão será feita por edital do Ministério da Saúde e da ANS. Meta inicial é converter R$ 750 milhões de dívidas de ressarcimento em consultas, exames e cirurgias em áreas estratégicas para a saúde pública.

A partir de agosto, os pacientes da rede pública poderão ser atendidos também por planos de saúde em todo o Brasil. A expectativa é que, neste primeiro momento, R$ 750 milhões em dívidas de ressarcimento ao SUS adquiridas pelas operadoras sejam convertidas em mais consultas, exames e cirurgias com foco em áreas estratégicas e conforme a demanda apresentada pelos estados. A medida, que faz parte do programa Agora Tem Especialistas, visa ampliar o atendimento e reduzir o tempo de espera na atenção especializada.  

WhatsApp Image 2025-07-28 at 17 (1).jpgFoto: João Risi/MS

A portaria que viabiliza a troca de dívida de ressarcimento ao SUS por atendimento foi apresentada, nesta segunda-feira (28/7), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e pela presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla de Figueiredo Soares.  São ações do Agora Tem Especialistas voltadas à mobilização da estrutura de saúde privada para aumentar a capacidade de atendimento da rede pública. Para isso, o governo federal possibilitará aos planos de saúde converterem em serviços especializados as dívidas que têm com o SUS. Elas ocorrem quando não são ressarcidos valores referentes a procedimentos realizados pela rede pública e não pelos planos contratados.  

O ministro da Saúde ressaltou a criação de um modelo no SUS, que transforma dívidas de ressarcimento dos planos de saúde em mais exames, cirurgias e consultas especializadas, levando os pacientes do sistema público de saúde até onde estão os especialistas e os equipamentos, inclusive na rede privada, sem que paguem nada. “É a primeira vez na história do SUS que implementamos um mecanismo como esse. As dívidas que antes iam para o Fundo Nacional de Saúde, mas não se convertiam em atendimento, agora viraram ações concretas para reduzir tempo de espera por atendimento e dar dignidade a quem mais precisa”, disse Alexandre Padilha.

Para o ministro da AGU, essa iniciativa é o resultado de um trabalho técnico intenso e colaborativo entre a AGU e o Ministério da Saúde, com o objetivo de oferecer à sociedade brasileira um programa eficiente, capaz de enfrentar um desafio real e complexo: ampliar o acesso a especialistas no SUS. “Essa mobilização abre uma oportunidade de ouro para darmos um salto extraordinário na qualidade do atendimento prestado à população brasileira”, afirmou Jorge Messias.

Já a diretora-presidente da ANS ressaltou que a inovação trazida pelo Agora Tem Especialistas vem acompanhada de mecanismos sólidos de fiscalização, controle e monitoramento. “Todos os instrumentos da ANS permanecem ativos — com multas e penalidades, se necessário. Não há qualquer espaço para que operadoras deixem de atender sua carteira de clientes para priorizar o SUS. Pelo contrário: é do interesse das operadoras que aderirem ao programa ampliar sua capacidade de atendimento, beneficiando tanto os usuários dos planos quanto os pacientes do SUS”, esclareceu.

Mais atendimentos para a população e vantagens para as operadoras 

Viabilizada por uma portaria conjunta do Ministério da Saúde e da Advocacia-Geral da União (AGU), a oferta de assistência aos pacientes do SUS pelos planos de saúde atenderá ao rol de procedimentos do programa Agora Tem Especialistas, que prioriza seis áreas em que há maior carência por serviços especializados:  oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia. Também será considerada a demanda dos estados e municípios, que vão apresentar as suas necessidades. Para participar, os planos de saúde devem aderir ao edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS.  

Para usufruírem do benefício de converter a obrigação do ressarcimento em prestação de serviços, as operadoras de planos de saúde precisam aderir de forma voluntária ao programa. Para isso, devem comprovar capacidade técnica e operacional, além de disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS. 

Entre as vantagens da adesão estão: regularidade fiscal, uso da total capacidade dos hospitais conveniados e redução de litígios administrativos e judiciais.  

Foto: João Risi/MSFoto: João Risi/MS

Da adesão dos planos de saúde à prestação dos serviços especializados 

O primeiro passo é solicitar ao Ministério da Saúde, via plataforma InvestSUS, a possibilidade de participação. Em seguida, a pasta consultará a regularidade da operadora. Posteriormente, avaliará se os serviços de média e alta complexidade ofertados pelos planos de saúde atendem às demandas do SUS. Caso esses atendimentos supram as necessidades da rede pública, a adesão é aprovada. Os valores a serem convertidos em atendimento deverão ser negociados  com a ANS ou com a Procuradoria-Geral Federal; nesse último caso, para dívidas ativas. 

Ao SUS será, então, disponibilizado um rol dos serviços ofertados conforme a demanda existente no complexo regulatório local e regional. Funcionará como uma prateleira de atendimentos especializados com os quais os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão contar. A partir de então, os hospitais conveniados aos planos de saúde já poderão iniciar os atendimentos. 

Definição de critérios por transparência e equidade 

O programa Agora Tem Especialistas definiu vários critérios por transparência e equidade. A distribuição do serviço a ser prestado pelas operadoras, por exemplo, seguirá percentuais de atendimento para cada região do país. Isso para garantir mais serviços de saúde nas localidades que mais precisam. 

Contudo, para evitar a pulverização do atendimento, para receberem pelo programa, os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil atendimentos/mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de 50 mil/mês para planos de saúde de menor porte. Isso no caso de atendimentos de média e baixa complexidade realizados em regiões cuja demanda por esse tipo de serviço não seja plenamente atendida.  

Critérios clínicos e de prioridade serão utilizados para regular o atendimento, que, com apoio técnico do Ministério da Saúde, será monitorado pelos estados, Distrito Federal e municípios.  

Pacientes do SUS também poderão ser atendidos por planos de saúde sem custo  para o usuário e sem impactar o atendimento nas unidades públicas. 💡 A  novidade faz parte da integração comFoto: Ministério da Saúde

Atendimento mais ágil e resolutivo 

Uma das principais inovações do Agora Tem Especialistas vai garantir que os serviços sejam mais ágeis, resolutivos e centrados no paciente. Com base em uma tabela própria, o programa vai remunerar o prestador do serviço somente após a finalização de combos de cuidado do SUS para atendimentos especializados.  

Isso significa que os combos de cuidados, ou seja, as Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs)  – pacote de serviços que inclui consultas, exames e tratamentos, inclusive cirurgias – deverão ser realizados em prazos definidos. A operadora só será remunerada após a conclusão do conjunto de atendimentos.  Atualmente, o SUS oferece OCIs em ginecologia, cardiologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia e oftalmologia, especialidades priorizadas pelo programa. 

Os serviços prestados pelos planos de saúde vão gerar o Certificado de Obrigação de Ressarcimento (COR), necessário para abater a dívida com o SUS.  

Fonte: Ministério da Saúde / gov.br

O hospital das despedidas, onde os pacientes vão para morrer com dignidade

O primeiro e, até o momento, o único — hospital de cuidados paliativos do SUS, onde não há pronto-socorro nem UTI.

O Mont Serrat funciona onde antes era o hospital de infectologia Couto Maia em Salvador — Foto: Vitor Serrano/BBC NewsFoto: Vitor Serrano/BBC News/G1

“Era aqui que eu começava a corrida dos três faróis: de Humaitá, passava pelo Farol da Barra e ia até o Farol de Itapuã”, contou Ayrton dos Santos Pinheiro, contemplando o mar de Salvador que se abria diante da sua janela.

Era uma segunda-feira no início de junho, céu claro na capital da Bahia após dias seguidos de chuvas intensas, e Ayrton, de 90 anos, estava em uma das três camas espalhadas por um quarto amplo e bem iluminado no hospital Mont Serrat.

“Quando me disseram que eu viria para este hospital, eu não sabia que ele ficava aqui”, seguiu, falando das instalações na Ponta de Humaitá, no alto do bairro Monte Serrat, na Cidade Baixa.

As lembranças forçaram Ayrton a fazer pausas na fala. Tomando fôlego, com a voz embargada, falou com detalhes dos anos como corredor, da família e do nascimento de um dos filhos naquele bairro.

Nascido em Pojuca, um pequeno município na Região Metropolitana de Salvador, ele chegou à capital por volta dos 8 anos com a família e, até hoje, se encanta com a cidade de onde nunca mais saiu. “É linda”, disse.

"Quando cheguei aqui, minhas forças se renovaram", disse o paciente Ayrton Pinheiro, de 90 anos — Foto: Crédito: Vitor Serrano / BBC News Brasil Foto: Vitor Serrano / BBC News Brasil / G1

Abriu uma agência de turismo, casou-se e tocou a vida entre o esporte, o trabalho e a família.

Ayrton ficou surpreso quando descobriu no hospital, por fim, que estava em um pedaço da cidade que trazia tantas lembranças boas. “Quando cheguei aqui, minhas forças se renovaram.”

Ele ocupava um dos 64 leitos do Mont Serrat, que funciona em um casarão do século 19, próximo a um dos pontos mais conhecidos de Salvador, a igreja do Senhor do Bonfim.

Antes, era o hospital de infectologia Couto Maia, mas desde o fim de janeiro é ali que se instalou o primeiro, e até o momento único, hospital de cuidados paliativos do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.

Os cuidados paliativos focam na melhora da qualidade de vida e dos sintomas dos pacientes com doenças graves ou que não têm cura. A abordagem, que também é centrada no cuidado dos familiares, não acelera nem abrevia o processo de morte do paciente, mas busca reduzir o sofrimento físico, psicológico e espiritual.

“Aqui, o foco da gente não é a morte. Aqui, o foco da gente é cuidado

enquanto vida tiver”,diz a médica Karoline Apolônia, coordenadora do

Núcleo de Cuidados Paliativos da Secretaria de Saúde da Bahia.

“Perguntaram se meu pai queria fazer a barba, para que time ele torce, o que gosta de comer, se gosta de música. Então, a gente relaxou, por saber que ele está sendo bem cuidado”, conta Ayrton Junior, filho do corredor Ayrton.

Junior diz que o pai tem câncer de próstata e tratou com radioterapia um câncer na pele do nariz e da cabeça.

“[Ele] correu várias maratonas, tenho vários troféus dele lá em casa inclusive”, lembra.

Mas agora a prioridade é o presente.

“A gente sente que o que é importante para meu pai é o conforto presente,

no momento presente. Um dia depois do outro. Ele precisa ficar bem, é o

nosso pensamento, é o pensamento da família dele”

Um hospital sem UTI

Caminhar pelos quatro pavilhões do Mont Serrat é perceber também que ali não funciona um hospital comum.

Não há uma sala de reanimação — já que isso contrariaria um dos critérios para ingressar no hospital —, nem uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Karoline, que compara a internação em uma UTI com correr uma maratona, diz que isso seria incompatível com a condição dos pacientes que ingressam ali.

“Se eu coloco esse paciente para correr a maratona, eu só vou trazer a ele sofrimento”, afirma a médica. “Então, em vez disso, a gente sugere a ele sentar aqui e contemplar o pôr do sol. Aproveitar para dizer desculpa, obrigada, eu te amo e tchau.”

Para um paciente ter indicação de cuidados paliativos, ele deve ser encaminhado por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), atendendo a alguns critérios, como ter um diagnóstico de doença grave e tempo estimado de vida de seis meses.

A família e o paciente também já devem ter enfrentado o que Karoline chama de “conversas difíceis”, isto é, discutir um prognóstico irreversível e saber que UTI não estaria entre as opções para mantê-lo vivo.

Outra peculiaridade do Mont Serrat é que o necrotério fica no centro, entre os quatro pavilhões, e não em uma ala isolada. E, no mesmo ambiente, dividido por uma porta de correr, fica a Sala da Saudade.

"Sou tratada como um bebê", disse dona Helita, sobre os cuidados no Mont Serrat — Foto: Vitor Serrano/BBC News Foto: Vitor Serrano/BBC News/G1

É ali que muitas famílias se despedem, se abraçam e se acolhem, depois que um familiar faleceu, porque a premissa é que os parentes também sejam cuidados.

Na sala tem um sofá, uma televisão, água, café e um abajur com luz indireta. Na parede de entrada, uma frase de Ana Cláudia Quintana Arantes, uma das paliativistas pioneiras e mais célebres do país, está escrita de fora a fora: “Um minuto de silêncio. Preciso ouvir meu coração cantar.”

Curiosidades sobre o SUS e sua importância

O SUS (Sistema Único de Saúde) é o sistema público de saúde do Brasil. Ele foi criado pela Constituição Federal de 1988 e tem como princípio garantir acesso universal, igualitário e gratuito à saúde para todos os brasileiros.

Foto: hospitaldebase.com.br

O SUS está presente na nossa vida, muito mais do que você imagina. Mesmo quando você acha que “não usa o SUS”, ele está lá.

A questão não é defender, precisa melhorar em muitos pontos e cobrar dos responsáveis uma melhor gestão. O SUS possui áreas deficitárias, mas também possui ilhas de excelência, referenciais para o mundo. A valorização do SUS é essencial para que o seu aperfeiçoamento seja uma prioridade política e se dê por meio da continuidade administrativa e ampliação de seus serviços.

Veja, como o SUS, te ajuda todos os dias:

Se machucou e precisou ir a um hospital ou UPA, mesmo sendo particular? Muitos desses lugares, têm parceria com o SUS. Em casos de emergência, o sistema garante atendimento e até transferência, mesmo sem plano de saúde.

Enfrentou uma doença grave e precisou de um transplante? O Brasil é destaque mundial em transplantes realizados pelo sistema público. O SUS cobre tudo: desde a cirurgia até os remédios e o acompanhamento médico.

Você toma vacina? É o SUS que garante. Do seu bebê recém-nascido à sua avó de 90 anos, o SUS oferece vacinação gratuita para todas as idades. Inclusive, na pandemia, foi ele que segurou as pontas.

vacina_dengue_06.jpgFoto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Alguém da sua família precisou fazer hemodiálise? Mais de 90% dos atendimentos são custeados integralmente pelo SUS.

Você toma água potável? O SUS fiscaliza e monitora a qualidade da água em todo país. É saúde pública desde antes a gente ficar doente.

Ficou sabendo do zika vírus e usa repelente? Foi o SUS que monitorou a epidemia, deu resposta emergencial e articulou campanhas públicas de saúde.

Vai à farmácia comprar um remédio genérico mais barato? Adivinha que regula e garante que ele seja seguro e eficaz? O SUS, junto com a ANVISA. É saúde acessível que cabe no nosso bolso.

Remédios genéricosFoto: Agência Brasil

Já precisou de pré-natal ou parto no hospital? mais de 80% dos partos no Brasil, são realizados pelo SUS. E o pré-natal é 100% gratuito – com exames, consultas e ultrassonografias.

Você é da turma da CLT?  Trabalha de carteira assinada? O exame admissional, os exames periódicos, os atestados médicos e as campanhas de saúde ocupacional são baseadas em diretrizes do SUS.

Já usou camisinha ou pílula do dia seguinte distribuída  de graça? Isso também é política pública de saúde. O SUS garante acesso à contracepção e prevenção de IST’s.

Já foi atendido em mutirões de saúde, campanhas contra dengue ou testagem de HIV? É o SUS atuando na prevenção – que evita gastos maiores e salva vidas silenciosamente.

Sua cidade tem vigilância sanitária, combate a zoonoses, controle da dengue e outras endemias? Tudo isso é SUS. Mesmo que você nunca tenha ido a um posto de saúde, o SUS vai até você.

E o SAMU (Serviço de Atenção Móvel de Urgência)! Esse já ajudou a salvar milhões de pessoas.

ambulâncias do samu.jpgFoto: Rafael Nascimento/MS

Se você leu até aqui, nunca precisou de nenhuma dessas coisas, você faz parte de uma minoria privilegiada. Só que mais de 70% da população brasileira não teve esse mesmo privilégio.

O SUS é um sistema para o Brasil e não um subsistema para os pobres, por isso a necessidade de defendê-lo, reconhecer suas conquistas e pleitear ainda mais avanços.

Fonte: Futrikei e Internet



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