:: 19/fev/2025 . 10:43
Mês de Conscientização sobre o Lúpus, Fibromialgia, Alzheimer e Leucemia: Fevereiro Roxo e Laranja

Foto: Internet
O mês de fevereiro, além de ser marcado por importantes datas comemorativas, também é um período crucial para a conscientização sobre questões de saúde que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. Em 2025, celebramos o Fevereiro Roxo e Laranja, duas campanhas que têm como objetivo aumentar o entendimento sobre o Lúpus, Fibromialgia, Alzheimer e a Leucemia. Todas estas condições, apesar de impactarem a vida de muitas pessoas, ainda são pouco discutidas e compreendidas, o que torna a conscientização uma ferramenta poderosa na luta contra o preconceito e o sofrimento.
Fevereiro Roxo: A Luta Contra o Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer
O Fevereiro Roxo foi criado em 2014, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Inicialmente, promovida por ONGS´s, prefeituras, governos estaduais e municipais, a campanha possui o objetivo de levar informação, conhecimento e conscientização sobre o tema através de palestras e ações públicas.
O Lúpus é uma doença autoimune crônica, em que o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo, causando inflamação e danos em órgãos como pele, articulações, rins e coração. Seus sintomas podem incluir dor nas articulações, cansaço extremo e erupções cutâneas. É uma doença autoimune que afeta cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, com uma prevalência maior entre mulheres, especialmente entre 15 e 45 anos. No Brasil, estima-se que aproximadamente 65 mil pessoas convivam com a doença. Apesar de ser mais comum em mulheres, o lúpus também pode afetar homens e crianças.
A fibromialgia é uma síndrome que afeta o sistema musculoesquelético e é caracterizada por dores crônicas espalhadas por todo o corpo, além de cansaço, insônia e outros sintomas debilitantes. Estima-se que no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas vivam com a condição, sendo que a maioria são mulheres. A fibromialgia ainda é uma doença pouco compreendida e, por vezes, mal diagnosticada.
Já o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta a memória, o pensamento e as funções cognitivas, com impacto significativo na vida dos pacientes e suas famílias. Com o envelhecimento da população, a doença tornou-se uma das principais causas de demência, afetando mais de 50 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS. No Brasil, um novo caso é diagnosticado a cada 3 minutos, e estima-se que, até 2050, esse número dobre. O Fevereiro Laranja foi escolhido para conscientizar sobre a urgência de tratar e apoiar aqueles que convivem com o Alzheimer e suas famílias.
O roxo, cor escolhida para representar a luta contra essas condições, simboliza a força e a resistência dos pacientes que enfrentam os desafios diários da doença.
Fevereiro Laranja: A Conscientização sobre a Leucemia
Criada em conjunto com o Fevereiro Roxo, a campanha Fevereiro Laranja trabalha a conscientização sobre a Leucemia e a importância da doação de medula óssea. Esse, infelizmente, ainda é um tipo de câncer com alta taxa de mortalidade no Brasil e que precisa da atenção de todos.
A leucemia é um câncer que se origina na medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas. Ela causa a produção anormal de glóbulos brancos, que não funcionam corretamente, prejudicando a defesa do organismo e comprometendo o transporte de oxigênio e a coagulação do sangue. Os principais sintomas incluem cansaço excessivo, febre, infecções frequentes e sangramentos anormais.
Existem vários tipos de leucemia, e o tratamento depende de fatores como o tipo específico da doença e a saúde geral do paciente. A leucemia pode ser tratada com quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea ou medicamentos específicos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 400 mil casos de leucemia sejam diagnosticados anualmente no planeta. No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que, em 2025, aproximadamente 10.800 novos casos de leucemia sejam registrados, com destaque para a leucemia linfoblástica aguda (LLA) em crianças e a leucemia mieloide crônica (LMC) em adultos. A taxa de sobrevida depende de vários fatores, incluindo o tipo de leucemia, a idade do paciente e a resposta ao tratamento, mas a detecção precoce e os avanços no tratamento têm melhorado significativamente as chances de cura e qualidade de vida.
O Fevereiro Laranja é uma oportunidade importante para chamar a atenção para essa doença, apoiar os pacientes e suas famílias e promover a conscientização sobre a importância de um diagnóstico precoce e tratamentos adequados.

Foto: Shutterstock
Por Que Essas Campanhas São Importantes?
As campanhas de Fevereiro Roxo e Laranja são mais do que um simples apelo à informação. Elas são uma chamada à empatia, à compreensão e, principalmente, à ação. O aumento da conscientização sobre essas doenças pode proporcionar um apoio maior para os indivíduos diagnosticados, além de garantir que mais recursos sejam direcionados para pesquisas e tratamentos.
Em um país com uma grande população, como o Brasil, a luta contra essas condições precisa da ajuda de todos. Empatia é a palavra-chave. Quem não vive essas doenças pode apoiar de diversas formas: seja com gestos de carinho, acolhimento ou, até mesmo, fazendo a sua parte na divulgação de informações essenciais.
O Que Você Pode Fazer?
- Compartilhe informações: Divulgue este artigo e outros materiais educativos nas redes sociais. Quanto mais pessoas souberem sobre essas doenças, mais fácil será o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
- Esteja presente para quem precisa: A solidariedade é fundamental. Oferecer suporte emocional para aqueles que enfrentam esses desafios pode fazer toda a diferença.
- Apoie a pesquisa: Muitas entidades de saúde e grupos de apoio que dependem de doações e voluntários. Investir em pesquisa é essencial para que mais avanços sejam feitos na luta contra essas condições.
- Seja um defensor: Participe das discussões sobre o tema, ajude a reduzir o estigma em torno dessas doenças e lute para que mais pessoas tenham acesso ao tratamento adequado.
Neste Fevereiro Roxo e Laranja, queremos convidá-lo a refletir sobre como cada um de nós pode ser parte da mudança. A informação e a solidariedade podem transformar a vida daqueles que vivem com o Lúpus, Fibromialgia, Alzheimer ou Leucemia. Vamos juntos apoiar essa causa e ajudar a construir uma sociedade mais empática e consciente.
A luta contra essas doenças não é só de quem as vive, mas de todos nós. Juntos, somos mais fortes!
Fontes:
GOV.BR
OMS (Organização Mundial da Saúde)
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Bahia estreia na Libertadores
Bahia conquista melhor resultado de um time brasileiro contra o The Strongest na altitude desde 2017
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Foto: Letícia Martins / EC Bahia
O Bahia arrancou um empate por 1 a 1 contra o The Strongest, na última terça-feira (18), no estádio Hernando Siles, em La Paz. O resultado foi o melhor de uma equipe brasileira atuando na altitude boliviana (3.640m acima do nível do mar) na Libertadores desde 2017, quando o Santos também empatou pelo mesmo placar.

Foto: Letícia Martins / EC Bahia
O The Strongest não perde para times do Brasil em casa desde 2013, quando foi derrotado pelo Atlético Mineiro por 2 a 1. Desde então, recebeu clubes brasileiros em nove oportunidades, vencendo sete jogos e empatando dois.
Entre 2021 e 2024, Santos, Athletico Paranaense, Fluminense e Grêmio visitaram La Paz e saíram derrotados. O Athletico-PR foi a equipe que sofreu a pior derrota, goleado por 5 a 0.
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Foto: Letícia Martins / EC Bahia
Agora, o Bahia volta suas atenções para o jogo de volta, na próxima terça-feira (25), na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. Com ingressos esgotados desde a última segunda-feira (17), o Tricolor precisa de um triunfo simples para avançar à terceira fase da CONMEBOL Libertadores.
Fonte: BN Esportes
Denúncia da PGR contra Bolsonaro e seu grupo na tentativa de golpe de Estado: Entenda os principais pontos.
Documento aponta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que praticou atos nocivos contra a democracia e tinha um ‘projeto autoritário de poder’.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia formal contra Jair Bolsonaro e um grupo de aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022.
O documento aponta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que praticou atos nocivos contra a democracia e tinha um “projeto autoritário de poder”.
Se a denúncia for aceita, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal no STF, podendo ser condenado pelos crimes descritos na acusação.
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Foto: Alan Santos/PR
Dentre os principais pontos da denúncia da PGR estão:
- Bolsonaro como líder da organização do golpe
- Os crimes atribuídos a Bolsonaro e seus aliados
- Postura golpista foi exercida desde 2021
- Bolsonaro editou minuta de decreto golpista e pressionou militares
- Bolsonaro mandou monitorar o ministro Alexandre de Moraes
- Apoio a acampamentos golpistas
- Bolsonaro sabia e concordou com plano para matar Lula
- Interferência em relatório sobre urnas eletrônicas
Bolsonaro e o núcleo do golpe
A PGR identificou que a tentativa de golpe foi conduzida por um núcleo central dentro da organização criminosa. Entre os principais nomes envolvidos, além de Bolsonaro, estão:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado federal
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-vice na chapa de Bolsonaro
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Segundo a denúncia, “deles partiram as principais decisões e ações de impacto social”, sendo Mauro Cid o responsável por “transmitir orientações aos demais membros do grupo”.
Crimes atribuídos a Bolsonaro e seus aliados
A PGR denunciou Bolsonaro e os demais integrantes da organização criminosa pelos seguintes crimes:
- Liderança de organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Discurso golpista desde 2021
“A partir de 2021, o Presidente da República adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional nos seus repetidos pronunciamentos públicos, nos quais expressava descontentamento com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor”, destacou Gonet.
Essa escalada autoritária ganhou mais força após a anulação das condenações do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, tornando possível sua candidatura e, posteriormente, sua vitória nas eleições de 2022.
Decreto golpista e pressão sobre os militares
- Decretação do Estado de Defesa, que daria a Bolsonaro poderes extraordinários
- Criação da “Comissão de Regularidade Eleitoral”, um órgão que revisaria o resultado das eleições
O objetivo da reunião foi pressionar os militares a aderirem à insurreição e garantirem suporte armado para impedir a posse de Lula. O general Freire Gomes, então comandante do Exército, confirmou à PGR que a minuta apresentada era ainda mais abrangente do que a versão inicial de Bolsonaro.
“A reunião tinha o intuito de pressionar novamente os militares a aderirem à insurreição, garantindo, assim, o suporte armado para as medidas de exceção que deveriam ser adotadas”, destacou a PGR.
A minuta do decreto golpista foi encontrada na residência do ex-ministro Anderson Torres.
Operação ‘Copa 2022’ e monitoramento de Alexandre de Moraes
Inicialmente, as ordens partiram de Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, denunciados como articuladores da operação. O ex-assessor presidencial Marcelo Câmara foi apontado como um dos responsáveis por executar as ações.
“O monitoramento então foi solicitado pelo colaborador ao Coronel Marcelo Câmara, que era quem realizava essas operações”, afirmou Cid.
A PGR destaca que a ordem de monitoramento foi reforçada às vésperas do Natal de 2022:
“Quem solicitou o monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes foi o ex-Presidente Jair Bolsonaro”, diz a denúncia.
Acampamentos golpistas e tentativa de golpe no 8 de janeiro
“O então Presidente sempre dava esperanças que algo fosse acontecer para convencer as Forças Armadas a concretizarem o golpe”, disse Mauro Cid em delação.
O general Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro, mantinha contato direto com os manifestantes nos acampamentos e reforçava a narrativa golpista. O mesmo ocorreu com o general Mário Fernandes, que chegou a visitar pessoalmente os acampamentos em novembro de 2022.
Os ataques de 8 de janeiro de 2023, com a invasão das sedes dos Três Poderes, foram resultado direto dessa articulação, segundo a PGR.

Foto: Evaristo Sá/AFP
Plano para matar Lula e Moraes
- Execução de Moraes e envenenamento de Lula
- Controle total dos Três Poderes após a eliminação de opositores
- Criação de um gabinete para organizar a nova ordem golpista
A PGR revelou um áudio de um assessor de Bolsonaro confirmando que o ex-presidente sabia do plano e esperava que fosse executado até 31 de dezembro de 2022.
“O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro”, afirmou Gonet.
Além disso, mensagens trocadas por um grupo de WhatsApp chamado “Acompanhamento” confirmam que a reunião no Palácio do Planalto foi para planejar a execução do golpe.
Relatório sobre urnas
Segundo a delação de Mauro Cid, que é citada na denúncia, o ex-presidente Jair Bolsonaro interferiu diretamente na redação do relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas, determinando que sua conclusão fosse alterada para alimentar dúvidas sobre o sistema eleitoral.
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro pressionou o Ministério da Defesa para modificar o documento e evitar que ele reafirmasse a inexistência de fraudes nas eleições de 2022.
De acordo com Cid, a versão inicial do relatório não apontava qualquer irregularidade no sistema eleitoral, o que contrariava o discurso bolsonarista de desconfiança nas urnas. No entanto, por ordem do ex-presidente, o texto foi ajustado para sugerir a possibilidade de que fraudes pudessem ocorrer, mesmo sem qualquer prova que sustentasse essa tese. A denúncia destaca que essa interferência foi parte de uma estratégia maior para desestabilizar a democracia.
O relatório manipulado foi amplamente explorado por aliados de Bolsonaro para mobilizar sua base e justificar a necessidade de uma intervenção militar. Essa narrativa foi crucial para manter os acampamentos em frente aos quartéis após a derrota eleitoral, além de fortalecer a tentativa de invalidar o resultado das urnas. Segundo a PGR, a disseminação dessas informações falsas foi essencial para alimentar o movimento golpista.
‘Sangue nos olhos’
De acordo com o documento, Bolsonaro manteve interlocução com apoiadores, estimulou manifestações em frente a quartéis e buscou alimentar um clima de instabilidade para justificar uma intervenção militar.
Segundo a PGR, Mário Fernandes, então chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência, atuava como elo entre o governo Bolsonaro e os grupos que pediam a intervenção militar.
Fotos encontradas no celular de Fernandes confirmam sua presença em acampamentos montados no Quartel-General do Exército em Brasília, onde esteve pelo menos quatro vezes. Além disso, os investigadores apontam um “estreito vínculo” entre Fernandes e as principais lideranças dos atos antidemocráticos.
A denúncia também inclui mensagens enviadas ao ex-presidente pelo major-brigadeiro Maurício Pazini Brandão, indicando que os apoiadores aguardavam um sinal para agir. Em uma das mensagens, Brandão escreveu:
“A ‘minha tropa’ (hehehehe) continua com ‘sangue nos olhos’. […] Conversa hoje com o Amir. Desmobilizamos a tropa ou permanecemos em alerta?”. O texto reforça que o plano golpista contava com apoio e articulação entre setores militares e civis.
Além disso, Mauro Cid afirmou em sua delação que Bolsonaro incentivava os acampamentos em frente aos quartéis para manter viva a expectativa de um golpe militar. Segundo Cid, Bolsonaro “sempre dava esperanças que algo fosse acontecer para convencer as Forças Armadas a concretizarem o golpe”. Esse teria sido um dos motivos pelos quais o então presidente nunca ordenou a desmobilização dos manifestantes, mesmo após o fim das eleições.
A PGR conclui que a permanência dos acampamentos foi deliberada e que os comandantes das Três Forças chegaram a assinar uma nota autorizando a continuidade das manifestações por ordem de Bolsonaro. O documento descreve os eventos de 8 de janeiro como o resultado de uma longa construção da organização criminosa, que desde 2021 propagava a falsa narrativa de que o sistema eletrônico de votação havia sido manipulado para prejudicar o ex-presidente.
Próximos passos
Agora, cabe ao Supremo Tribunal Federal decidir se aceita a denúncia da PGR. Caso isso ocorra:
- Bolsonaro e os demais denunciados se tornarão réus
- Será aberta uma ação penal com coleta de provas, depoimentos de testemunhas e defesa dos acusados
- Ao final do julgamento, o STF poderá condená-los ou absolvê-los
- Além disso, a defesa dos réus poderá apresentar recursos dentro do próprio tribunal.
Trabalhador pode ser demitido por conta de publicações nas redes sociais? Veja como funciona
Especialistas orientam alguns cuidados para compartilhar a vida no trabalho nas redes sociais, como não publicar informações confidenciais da empresa ou falar mal do chefe publicamente.
Em julho, ficou famoso o caso de uma funcionária que foi demitida por justa causa após difamar a empresa que trabalhava no LinkedIn. A mulher chegou a entrar na Justiça para reverter a demissão e receber verbas indenizatórias.
De lá para cá, surgiram mais casos parecidos pois muitos empregados utilizam as redes sociais para compartilhar a rotina de trabalho ou desabafar sobre o emprego (conheça os “blogueiros CLTs”). No entanto, é importante tomar alguns cuidados.
Publicações feitas nas redes sociais, relacionadas ou não à empresa, podem levar o trabalhador a perder o emprego. Dependendo da gravidade, o caso pode resultar em demissão por justa causa – como aconteceu com uma assessora do Ministério da Igualdade Racial.
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Foto: Reprodução/Freepik
Para alertar os empregados, o g1 conversou com advogados trabalhistas e responde abaixo:
1. Funcionário pode ser demitido por má conduta nas redes sociais?
Sim. Segundo a advogada Elisa Alonso, especialista em direito do trabalho e sócia do RCA Advogados, a demissão depende do conteúdo das publicações e de como elas afetam a imagem da empresa.
“Caso a postagem cause prejuízos à reputação da organização, viole regras internas ou exponha informações sigilosas, o empregador pode aplicar sanções, que vão desde advertências até a demissão por justa causa”, explica a especialista.
Um bom exemplo é quando um colaborador faz críticas ofensivas à empresa ou aos gestores em uma rede social, prejudicando a imagem da organização. Foi o que aconteceu com a trabalhora que difamou empresa no LinkedIn.
Mas também a divulgação de informações estratégicas, como projetos sigilosos ou dados de clientes, pode ser considerada quebra de confidencialidade, justificando a rescisão do contrato.
Além disso, postagens que desrespeitem normas de convivência da empresa também podem gerar punições.
“Caso o empregado publique comentários preconceituosos, racistas, machistas ou homofóbicos e a empresa entenda que isso compromete seus valores ou o ambiente de trabalho, ele pode ser desligado”, diz a advogada.
A regra é válida mesmo que a postagem seja feita fora do expediente, em especial quando o colaborador é facilmente identificado como funcionário da empresa.
Casos de assédio virtual contra colegas, como mensagens ofensivas ou vazamento de conversas privadas, também podem resultar em demissão, já que afetam diretamente o clima organizacional.
No entanto, ainda que as publicações possam gerar rescisão do contrato, é importante destacar que a demissão por justa causa exige provas concretas e deve haver proporcionalidade na penalidade.
“Se a postagem não trouxer impactos diretos à empresa ou não violar normas internas, o desligamento por justa causa pode ser questionado na Justiça”, completa Elisa Alonso.
2. O que o trabalhador NÃO pode publicar nas redes sociais?
Carolina Dostal, diretora regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), alerta que é importante tomar alguns cuidados ao compartilhar conteúdo do trabalho nas redes sociais, como:
🚫 Não publicar dados confidenciais da empresa;
🚫 Evitar compartilhar produtos ou serviços que são lançamentos;
🚫 Não postar a tela do computador;
🚫 Não divulgar reuniões estratégicas;
🚫 Evitar abordar assuntos polêmicos;
🚫 Tomar cuidado com erros de português;
🚫 Não compartilhar notícias falsas;
🚫 Não falar mal do patrão ou da empresa publicamente;
🚫 Não compartilhar fofocas do trabalho;
🚫 Não publicar conteúdos que são contra ao posicionamento da companhia;
🚫 Evitar qualquer informação que possa prejudicar a imagem do empregador.
“O trabalhador precisa estar muito alinhado com a empresa, com os mesmos valores e cultura da empresa”, explica Dostal.
Segundo a especialista, o empregador deve oferecer treinamento para os funcionários que fazem publicações sobre o trabalho nas redes socais.
3. A empresa pode proibir as publicações nas redes sociais?
Sim. De acordo com Adriana Faria, advogada especializada em direito trabalhista do escritório Rodrigues Faria Advogados, a empresa pode proibir ou restringir as publicações dos seus funcionários nas redes sociais.
Porém, essa proibição precisa estar prevista em contrato de trabalho ou em política interna da empresa, e não pode ser genérica ou abusiva. É necessário justificar a regra por motivos razoáveis, como a proteção de informações confidenciais ou a imagem da empresa.
Segundo Adriana Faria, o departamento de Recursos Humanos desempenha um papel fundamental nesse contexto, tanto na orientação dos funcionários quanto na gestão de possíveis conflitos relacionados ao uso das redes sociais.
“O RH deve desenvolver políticas claras e objetivas sobre o uso das redes sociais pelos funcionários, definindo o que pode e o que não pode ser compartilhado, e quais as consequências para o descumprimento das regras”, afirma Adriana Faria.
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Foto: Internet
4. Quais os principais cuidados que o trabalhador deve tomar?
É essencial que o trabalhador reflita sobre o impacto das publicações na própria imagem profissional e na imagem da empresa, além de respeitar as políticas internas, segundo Beatriz Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional.
“O bom senso é essencial: se houver dúvida sobre a adequação de um conteúdo, o ideal é não postar”, completa a especialista.
Antes de fazer qualquer publicação, Beatriz Nóbrega orienta fazer um checklist:
➡️ Respeitei a política interna? Muitas empresas têm diretrizes sobre o uso de redes sociais, que devem ser seguidas, mesmo fora do expediente.
➡️ Tive bom senso? O que parece inofensivo para quem posta pode ser interpretado de forma negativa por quem consome o conteúdo.
➡️ Não expus colegas ou clientes? Compartilhar informações sem consentimento pode gerar consequências legais.
➡️ Fiz o papel de “advogado do diabo”? Pergunte-se: isso pode comprometer minha imagem ou a da empresa?
Outro ponto importante é a exposição. Muitos empregados relatam nas redes sociais, de modo direto ou indireto, insatisfações com o trabalho ou com o patrão. Com isso, são levantadas questões que podem estar relacionadas a assédio moral ou burnout, por exemplo.
Segundo Carla Martins, especialista em gestão de negócios, o ideal é não desabafar, expor a empresa ou outros trabalhadores, por meio das redes sociais.
“Ainda que os motivos das insatisfações relatadas tenham fundamento, as redes sociais podem ter um impacto significativo na reputação profissional dos trabalhadores, tanto positivo quanto negativo. As empresas estão cada vez mais atentas ao que os funcionários publicam. Portanto, é fundamental ter cuidado com o que é compartilhado”, explica Carla Martins.
5. Quais situações que podem gerar demissão por justa causa?
A CLT prevê diversas situações que podem gerar justa causa para a demissão do funcionário. Segundo a advogada Adriana Faria, algumas delas são:
- Ato de improbidade (roubo, furto, desvio de dinheiro, entre outros);
- Incontinência de conduta ou mau procedimento (comportamento inadequado, ofensivo ou imoral);
- Negociação habitual por conta própria ou de terceiro sem permissão do empregador (venda de produtos/mercadorias);
- Concorrência desleal com a empresa;
- Embriaguez habitual ou no serviço;
- Indisciplina ou insubordinação;
- Abandono de emprego;
- Assédio moral ou sexual;
- Agressão física ou verbal;
- Divulgação de segredos da empresa.
6. A demissão por justa causa pode ser revertida?
De acordo com a advogada Adriana Faria, a justa causa pode ser revertida na justiça em algumas situações, como:
- Quando não há provas suficientes da falta grave cometida pelo funcionário;
- Quando a falta cometida não é considerada grave o suficiente para justificar a demissão por justa causa;
- Quando a empresa não segue o procedimento correto para a aplicação da justa causa (deixa de aplicar advertência e suspensão);
- Quando há indícios de perseguição ou discriminação contra o funcionário.
Fonte: g1 – Trabalho e Carreira
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