WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia





(77) 98149-7619

outubro 2025
D S T Q Q S S
« set    
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  


:: ‘#Crime’

Criminosos usam o ‘golpe do falso advogado’ para roubar vítimas com processos judiciais na Bahia

Esquema começa quando os golpistas acessam bancos de dados públicos e plataformas processuais para reunir informações detalhadas das vítimas e aplicar a fraude.

Foto: OAB-BA

Um golpe tem feito inúmeras vítimas na Bahia: o do “falso advogado”. Criminosos invadem o sistema da Justiça e utilizam dados de processos judiciais e fotos de profissionais reais para enganar cidadãos, levando-os a realizar pagamentos indevidos sob a promessa de liberação de valores ou resolução de pendências judiciais.

O esquema começa quando os criminosos acessam bancos de dados públicos e plataformas processuais para reunir informações detalhadas das vítimas, como nome completo, CPF, número de processos, valores envolvidos, tipo de ação e nomes dos advogados envolvidos nas ações.

Com as informações em mãos, os golpistas entraram em contato com as vítimas, na maioria das vezes, por aplicativos de mensagens.

Os criminosos se apresentam como advogados, assessores jurídicos ou até mesmo um funcionário do advogado real. Há registros também de clonagem do aplicativo de mensagens do próprio profissional, usando sua foto e logotipo do escritório.

Segundo a advogada Carla Vitória, vítima do golpe, os criminosos usam fotos dos advogados reais, falsificam documentos da Justiça e exigem um pagamento para obter o valor da ação judicial.

“Eles se passam pelo escritório e dizem que a pessoa tem um valor a receber. A pessoa, ansiosa querendo ver a resolução desse processo, acaba pagando esse documento e não presta atenção se tem o nome do escritório”, detalhou a advogada.

Carla Vitória contou que, como os criminosos não possuem todos os dados dos advogados reais, eles começam a fazer diversos questionamentos pessoais para as vítimas, com o objetivo de construir uma relação de confiança.

“A orientação é ficar atento ao número que está entrando em contato contigo,

ver se é o número do escritório e, em caso de dúvidas, peça sempre para fazer

uma vídeo chamada com o advogado que está a frente daquele processo ou

então procure o atendimento presencial para não cair nesses golpes”, explicou Carla Vitória.

A advogada Bruna Araújo contou que 20 clientes dela foram abordados pelos criminosos através das redes sociais e aplicativo de mensagens.

“A primeira abordagem que a cliente me fez falando desse golpe era um processo que tramita em segredo de Justiça porque a autora é portadora do espectro autista. Para a minha surpresa, eles tiveram acesso aos dados”, contou Bruna Araújo.

O presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-BA disse que o golpe acontece em todo o território nacional com o uso de alta tecnologia e inteligência artificial. “Com o uso da informática eles conseguem vasculhar processos judiciais e extrair dados das partes”, explicou.

Criminosos usam o "golpe do falso advogado" para roubar vítimas com processos judiciais na Bahia — Foto: Arquivo pessoalFoto: g1 BA

Como se proteger do golpe

A OAB-BA tem desenvolvido campanhas, lançado cartilhas e promovido encontros com instituições públicas para cobrar soluções e aumentar a conscientização sobre o “golpe do falso advogado”.

A seccional lançou uma cartilha com uma série de informações sobre a forma de aplicação do golpe e um passo a passo com orientações para o público. O material está disponível no site da OAB-BA.

O órgão também criou o canal de denúncia, através do e-mail denuncias@oab-ba.org.br, voltado a advogados e clientes. Todas as denúncias são compiladas e enviadas periodicamente à Polícia Civil.

Além do canal, a seccional alerta para a importância de registrar boletim de ocorrência na delegacia local ou delegacia virtual.

Fonte:  g1 BA

Atestados falsos são vendidos no centro de Salvador; médicos denunciam golpes e intimidações

Em tentativa de venda dos documentos falsos, vendedores cobraram R$ 30 por um dia de afastamento e R$ 180 por 14 dias. Número de consultas por veracidade dos documentos cresceu nos últimos anos.

Um grupo de pessoas tem vendido ao menos dez tipos de atestados médicos falsos, além de testes de gravidez, em Salvador. Os serviços ilegais são divulgados em uma plataforma digital.

Ao entrar em contato com o grupo através de um aplicativo de mensagens eles encaminham uma tabela com valores dos atestados. Por um dia, o grupo cobra R$ 30. Se a pessoa estiver interessada em parar de trabalhar por 14 dias, ela é orientada pelos criminosos a pagar R$ 180.

No documento, os falsários destacam a informação: “Nossos médicos são ativos com CRM válido. Tudo registrado no site oficial do CFM”. Em outro trecho, é dada garantia de suporte 24h em caso de dúvida.

Vender, comprar e apresentar atestado falso alterando a verdade é crime de falsidade ideológica. A pena varia de 1 a 5 anos de reclusão e multa, se documento for público, e de até 3 anos, se o documento for particular.
Tabela de preços divulgados para a reportagem da TV Bahia — Foto: Reprodução/TV BahiaFoto: Reprodução/TV Bahia

Médica relata golpe

A médica baiana Ana Teresa Cerqueira foi vítima da ação de venda de atestado falso. A profissional descobriu o golpe depois que uma empresa a procurou. A unidade recebeu o documento, desconfiou da autenticidade e acionou o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA).

“Me enviou um documento no padrão do atestado que a gente emite, com minha assinatura e carimbo, só que supostamente foi emitido em um dia que eu não estava nem trabalhando. Uma paciente que não passou por atendimento na unidade”, contou a médica.

A profissional registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil. Ela também revelou que colegas de profissão já foram intimidados a emitir atestados médicos sem que pacientes tivessem doentes.

Médica denunciou que sofreu golpe — Foto: Reprodução/TV BahiaFoto: Reprodução/TV Bahia

“Eu já atendi pacientes que me disseram que não tinham nada, mas queriam atestado. As vezes chegam na gente completamente agressivos, intimidando e você tem que fornecer o atestado. Nesses momentos a gente é orientado a ceder, porque são situações que a gente está em risco”, contou ressaltando que quando isso acontece, notifica o hospital com a justificativa de intimidação.

Segundo o Cremeb, o número de consultas de empresas para checar a veracidade dos atestados médicos tem crescido. Nos últimos quatro anos, a quantidade de documentos falsos aumentou sete vezes.

O Conselho Regional de Medicina sinaliza que neste período, 4.144 atestados médicos foram checados e 671 eram falsos.

“Tem tido um aumento tanto de procura, quanto da certificação de que aquele documento foi falsificado”, afirmou o diretor de fiscalização do Cremeb, Luciano Ferreira.

Flagra na rua

No Centro de Salvador, a produção da TV Bahia encontrou pessoas que orientam como conseguir atestado médico.

Ao ser questionado de como poderia fazer para conseguir um documento falso, um “vendedor” disse que a pessoa teria que pagar pela consulta, que custava R$ 200.

“Mas é garantido! Não vou lhe dizer os cinco dias, mas pelo menos os três dias aí ela lhe dá. Aí dependendo da sua conversa lá, possa ser que ele dê mais. Que, claro, você não vai dizer que não está com nada e que você quer só o atestado, né? Vai dizer que está com algum problema, né?”, explicou o homem.

O vendedor também orientou como falar para conseguir os dias de afastamento.

“Você vai dizer: ‘Não, eu estou com problema assim, eu tenho problema assado e tal. Já tenho tantos dias que eu fico em casa preso, sem poder trabalhar. Eu estava precisando pelo menos de uns dois ou três dias para poder fazer o encaminhamento médico, tá entendendo?’ Usa o seu argumento”.

Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) manteve demissão por justa causa — Foto: Reprodução/TV BahiaFoto: Reprodução/TV Bahia

Grávida demitida por justa causa

Uma atendente grávida foi demitida por justa causa depois de apresentar seis atestados falsos para justificar faltas no trabalho em Salvador. A suspeita começou em 2022, quando a empresa percebeu que o nome médico estava escrito errado.

Em seguida, a empresa consultou a unidade indicada e confirmou que o médico já não trabalhava no local, nem tinha atendido a grávida. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) manteve a demissão e negou os pedidos da ex-funcionária como verbas rescisórias, horas extras, vale transporte e indenização pela estabilidade da gravidez.

“Isso representa um ato de improbidade, que é a quebra de confiança no contrato de trabalho. É importante que o empregador não deixe para lá essa situação, não perdoe o empregado e aplique a justa causa, porque esse tipo de fraude prejudica toda a sociedade e não apenas aquela relação de emprego”, explicou a advogada trabalhista Juliana Costa Pinto.

Fonte:  g1 BA e TV Bahia



WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia