:: 30/jun/2025 . 10:24
Sinal analógico será desligado hoje, 30 de junho: veja como se preparar para não perder a programação da TV
A partir de 1º de julho, só será possível acompanhar a programação da TV por meio do sinal digital. A medida ocorre em todo o país e afeta cidades da região.
Foto: G1
O sinal analógico de televisão será desligado nesta segunda-feira (30) em diversas cidades do país. A medida faz parte da última etapa do processo de transição definitiva para a TV digital, que oferece melhor qualidade de imagem, som e estabilidade de sinal.
O que muda?
Isso significa que quem ainda utiliza a parabólica tradicional ficará sem acesso à programação da TV aberta via satélite. A boa notícia é que há alternativas para não perder a programação, inclusive nas cidades onde o sinal digital ainda não está disponível.
Alternativas para continuar assistindo
A programação está disponível gratuitamente em sinal digital (HD) na maioria das regiões.
Quem tem smart TV ou TV conectada à internet pode acompanhar a programação pelo aplicativo.
Parabólica grátis: Por meio do programa ‘Siga Antenado’ é possível trocar a parabólica analógica (aquela grandona, de metal) por um kit gratuito de parabólica digital. Confira os detalhes para ver se você se enquadra nas famílias beneficiadas:
- Famílias inscritas no CadÚnico podem solicitar gratuitamente a troca para o kit da nova parabólica digital (que inclui antena, receptor e controle remoto e instalação sem custo).
- A solicitação de agendamento deve ser feita dentro do prazo que termina às 20h (horário de Brasília) do dia 30 de junho.
- As antenas atuais deve estar funcionando e instaladas.
- A solicitação deve ser feita pelo site sigaantenado.com.br ou pelo telefone 0800 729 2404, que também atende via WhatsApp.
Benefícios da parabólica digital
Além de garantir o acesso contínuo à programação, a nova parabólica digital oferece imagem em Full HD, som mais limpo e sem interferências, maior estabilidade de sinal e acesso a até 140 canais, entre regionais e nacionais.
Foto: Arte/g1
Outras alternativas
- TV com conversor digital embutido + antena UHF
As TVs fabricadas após 2010 são digitais e geralmente já têm o conversor embutido. Com uma antena UHF (externa ou interna) é possível captar o sinal digital. Basta buscar pelos canais digitais automaticamente por meio do menu de sintonia da TV.
- Conversor digital externo
Para TVs de tubo ou antigas sem conversor, é preciso comprar um conversor digital externo conectado à antena da TV.
Foto: TV DIGITAL — ARTE/G1
Fonte: G1
O hospital das despedidas, onde os pacientes vão para morrer com dignidade
O primeiro e, até o momento, o único — hospital de cuidados paliativos do SUS, onde não há pronto-socorro nem UTI.
Foto: Vitor Serrano/BBC News/G1
“Era aqui que eu começava a corrida dos três faróis: de Humaitá, passava pelo Farol da Barra e ia até o Farol de Itapuã”, contou Ayrton dos Santos Pinheiro, contemplando o mar de Salvador que se abria diante da sua janela.
Era uma segunda-feira no início de junho, céu claro na capital da Bahia após dias seguidos de chuvas intensas, e Ayrton, de 90 anos, estava em uma das três camas espalhadas por um quarto amplo e bem iluminado no hospital Mont Serrat.
“Quando me disseram que eu viria para este hospital, eu não sabia que ele ficava aqui”, seguiu, falando das instalações na Ponta de Humaitá, no alto do bairro Monte Serrat, na Cidade Baixa.
As lembranças forçaram Ayrton a fazer pausas na fala. Tomando fôlego, com a voz embargada, falou com detalhes dos anos como corredor, da família e do nascimento de um dos filhos naquele bairro.
Abriu uma agência de turismo, casou-se e tocou a vida entre o esporte, o trabalho e a família.
Ayrton ficou surpreso quando descobriu no hospital, por fim, que estava em um pedaço da cidade que trazia tantas lembranças boas. “Quando cheguei aqui, minhas forças se renovaram.”
Antes, era o hospital de infectologia Couto Maia, mas desde o fim de janeiro é ali que se instalou o primeiro, e até o momento único, hospital de cuidados paliativos do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
Os cuidados paliativos focam na melhora da qualidade de vida e dos sintomas dos pacientes com doenças graves ou que não têm cura. A abordagem, que também é centrada no cuidado dos familiares, não acelera nem abrevia o processo de morte do paciente, mas busca reduzir o sofrimento físico, psicológico e espiritual.
“Aqui, o foco da gente não é a morte. Aqui, o foco da gente é cuidado
enquanto vida tiver”,diz a médica Karoline Apolônia, coordenadora do
Núcleo de Cuidados Paliativos da Secretaria de Saúde da Bahia.
“Perguntaram se meu pai queria fazer a barba, para que time ele torce, o que gosta de comer, se gosta de música. Então, a gente relaxou, por saber que ele está sendo bem cuidado”, conta Ayrton Junior, filho do corredor Ayrton.
Junior diz que o pai tem câncer de próstata e tratou com radioterapia um câncer na pele do nariz e da cabeça.
Mas agora a prioridade é o presente.
“A gente sente que o que é importante para meu pai é o conforto presente,
no momento presente. Um dia depois do outro. Ele precisa ficar bem, é o
nosso pensamento, é o pensamento da família dele”
Um hospital sem UTI
Caminhar pelos quatro pavilhões do Mont Serrat é perceber também que ali não funciona um hospital comum.
Não há uma sala de reanimação — já que isso contrariaria um dos critérios para ingressar no hospital —, nem uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Se eu coloco esse paciente para correr a maratona, eu só vou trazer a ele sofrimento”, afirma a médica. “Então, em vez disso, a gente sugere a ele sentar aqui e contemplar o pôr do sol. Aproveitar para dizer desculpa, obrigada, eu te amo e tchau.”
Para um paciente ter indicação de cuidados paliativos, ele deve ser encaminhado por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), atendendo a alguns critérios, como ter um diagnóstico de doença grave e tempo estimado de vida de seis meses.
A família e o paciente também já devem ter enfrentado o que Karoline chama de “conversas difíceis”, isto é, discutir um prognóstico irreversível e saber que UTI não estaria entre as opções para mantê-lo vivo.
Outra peculiaridade do Mont Serrat é que o necrotério fica no centro, entre os quatro pavilhões, e não em uma ala isolada. E, no mesmo ambiente, dividido por uma porta de correr, fica a Sala da Saudade.
Foto: Vitor Serrano/BBC News/G1
É ali que muitas famílias se despedem, se abraçam e se acolhem, depois que um familiar faleceu, porque a premissa é que os parentes também sejam cuidados.
Na sala tem um sofá, uma televisão, água, café e um abajur com luz indireta. Na parede de entrada, uma frase de Ana Cláudia Quintana Arantes, uma das paliativistas pioneiras e mais célebres do país, está escrita de fora a fora: “Um minuto de silêncio. Preciso ouvir meu coração cantar.”
- 1







Foto: Vitor Serrano / BBC News Brasil / G1
Foto: Matheus Leite/BBC News/G1
Foto: Vitor Serrano/BBC News/G1



