:: 20/fev/2025 . 10:07
Com calor e milho caro, ovo tem o preço mais alto em 22 meses no Brasil
O calorão no Brasil, o preço do milho nas alturas e a proximidade da Quaresma estão fazendo disparar o preço dos ovos no Brasil. O alimento chegou ao nível mais caro em pelo menos 22 meses.

Quaresma, calor e insumos elvevam o preço dos ovos
Imagem: Reprodução TV
O que aconteceu
O preço dos ovos brancos aumentou 69% entre janeiro e fevereiro para o revendedor. O preço da caixa com 30 dúzias saltou de R$ 134 para R$ 227. A alta foi de 61% para os ovos vermelhos: passou de R$ 156, em 17 de janeiro, para R$ 252 um mês depois. O UOL calculou a média dos preços do ovo branco e vermelho com base em um histórico de preços informados pelo Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, que informa os valores cobrados entre abril de 2023 e fevereiro deste ano.
Nesses 22 meses, o preço do ovo nunca chegou a patamar tão elevado. A cifra mais alta cobrada pela caixa com 30 dúzias de ovos brancos foi R$ 203 em junho de 2023, 12% menos. Já o ovo vermelho chegou a custar R$ 225, em média, em maio daquele ano, também 12% mais barato.
A partir de julho de 2023, o preço do ovo branco sempre ficou abaixo de R$ 200. Setembro do ano passado foi a mínima: R$ 127. Naquele mesmo mês, as 30 dúzias do ovo vermelho foram vendidas a R$ 143, também o valor mais baixo da série.
“O principal fator que tem impactado nos preços dos ovos é a baixa oferta no mercado interno”.
Claudia Scarpelin, pesquisadora da Cepea
Calorão e milho caro

Imagem: Jayson Roy/Unsplash/ Reprodução
De acordo com as associações do setor, o forte calor reduz a produção de ovos. “As altas temperaturas registradas no início do ano afetaram a produtividade das aves, impactando diretamente a oferta e os custos de produção”, afirma em nota o Instituto Ovos Brasil (IOB).
As galinhas são animais de sangue quente, com temperatura corporal constante. Quando ficam expostas ao calor, essas aves compensam o estresse térmico usando energia extra para regular a temperatura do corpo. A consequência é a queda de 5% a 10% na produção de ovos, estima Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil e coordenadora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal. Cada galinha bota, em média, um ovo por dia.
Para aliviar esse estresse, alguns produtores climatizam suas granjas. Os galpões baixam a temperatura para aproximadamente 10ºC, elevando a produção de ovos.
O milho também ficou mais caro. A alimentação das galinhas é à base de soja, que fornece proteína, e milho, o carboidrato responsável por dar energia às aves. O preço da saca de 60 kg vem aumentando desde setembro do ano passado, quando rompeu a marca de R$ 60 e não parou de subir. Este mês custava R$ 79 —32% de aumento. “A elevação dos custos tornou inevitável o repasse para o consumidor final, o que onera o produtor”, afirma o Instituto Ovos Brasil.
A volta às aulas também eleva o preço do ovo. “A demanda por ovos tem aumentado gradualmente, impulsionada pelo retorno das aulas, já que o ovo é uma proteína amplamente consumida nas merendas escolares, e pela recuperação do consumo pela população em geral”, diz Claudia Scarpelin, pesquisadora da área de ovos da Cepea. “Esse desequilíbrio entre oferta e demanda por ovos tem resultado na elevação dos preços.”
Até a Quaresma encarece o produto. “Os preços devem continuar elevados até a Quaresma (5 de março a 17 de abril), período em que, tradicionalmente, o consumo de ovos aumenta”, diz Scarpelin sobre a redução do consumo de carne vermelha no período que antecede a Páscoa.

Imagem: Reprodução
Culpa é dos EUA?
Os Estado Unidos aumentaram a importação de ovos brasileiros. Foram 220 toneladas em janeiro, 22% mais ovos do que em janeiro do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. Após um surto de gripe aviária, os americanos chegaram a pagar o equivalente a R$ 60 pela dúzia de ovos.

Consumidora americana compara preço da dúzia de ovos nos EUA ( US$ 9,49, ou R$ 54,6) e no Canadá
Imagem: Reprodução/X
Por enquanto, esse aumento nas exportações não interfere nos preços no Brasil. “Toda a produção brasileira é destinada ao mercado interno, com exportações representando menos de 1% do total”, diz o instituto.
Esse cenário, no entanto, pode mudar. “Caso a situação nos EUA se prolongue e o país continue aumentando suas importações de ovos brasileiros, isso poderá impactar a oferta doméstica, influenciando os preços”, afirma Scarpelin.
O brasileiro consome cada vez mais ovos. Em 2023, o consumo foi de 242 unidades, subindo para 269 em 2024 e “com expectativa de alcançar 272 unidades por pessoa em 2025”, prevê o instituto.
Fonte: uol Economia
Peixe-leão é encontrado e capturado por especialistas na costa da Bahia

Fotos: Matheus Lemos – Ascom/Sema
Pela primeira vez, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie bioinvasora, foi encontrado e capturado na costa baiana. O registro foi feito em uma operação de monitoramento do animal, na região de Morro de São Paulo, Baixo Sul do estado, por uma equipe multidisciplinar do Governo do Estado composta por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
O exemplar foi capturado e trazido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), nesta sexta-feira (14), onde passará por análises e estudos em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Apesar de parecer inofensivo, o peixe-leão apresenta riscos diretos ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos, pois não possui predadores naturais no litoral brasileiro, competindo por alimento o que pode diminuir consideravelmente o desenvolvimento de outros peixes e crustáceos, impactando na cadeia da pesca.
“Recebemos a notificação que haveria um exemplar nos corais da ilha. Imediatamente montamos uma força tarefa e encaminhamos uma equipe para inspecionar o local, juntamente com um mergulhador local, que teria avistado o animal no sábado (8). Na quinta-feira (13), confirmamos o registro inédito do peixe-leão na Bahia, capturamos e trouxemos para o Cetas. Daqui para frente daremos os devidos encaminhamentos”, contou o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins.

Fotos: Matheus Lemos – Ascom/Sema
Ainda de acordo com o secretário, a partir dessa constatação o Governo da Bahia notificou os municípios da Costa Baiana, assim como órgãos ambientais, a secretaria da Saúde, a Bahia Pesca e a Marinha do Brasil. “Agora vamos dar início à implantação de um plano de resposta rápida à invasão do peixe-leão, seguindo as diretrizes do Manual de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida de Espécies Exóticas Invasoras Marinhas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e ao plano estratégico do Programa de Gerenciamento Costeiro da Bahia. Já existe uma frente multidisciplinar de atuação na secretaria, que está avançando no controle, por exemplo, do octocoral, um bioinvasor encontrado na Baía de Todos-os-Santos, que agora vai também se debruçar nos estudos para controle da proliferação do peixe-leão”, enfatizou.
O exemplar de peixe-leão capturado em águas baianas mede cerca de 10 centímetros e possui aproximadamente um ano de vida, tem como características o corpo listrado de branco e tons de vermelho, laranja e marrom. O peixe é nativo da região indo-pacífico e foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2014, no litoral do Rio de Janeiro. Desde 2022, há registros do peixe entre o litoral de Pernambuco até Alagoas.
De acordo com a oceanógrafa da Sema, Alice Reis, a origem do indivíduo capturado em Morro de São Paulo, ainda, será investigada. “Existe a possibilidade de ter sido trazido pelas correntes marítimas, ainda na forma de larva, vindo do estado de Pernambuco, onde há registros do aparecimento e reprodução em grande escala. Também trabalhamos com a hipótese de que seja fruto de uma reprodução local, o que indicaria a presença de mais animais na nossa costa. Neste momento é essencial que pescadores, mergulhadores e banhistas estejam atentos e comuniquem o aparecimento de outros exemplares do peixe-leão”.
A descoberta
Primeiro a avistar o peixe, o mergulhador profissional e morador de Morro de São Paulo, Diego Marques, falou sobre o momento. “Estava em uma atividade perto da costa, quando visualizei o animal, chamou minha atenção por nunca ter visto essa espécie na região. Registrei e comuniquei imediatamente para as autoridades, foi aí que recebi o contato do Inema que veio fazer essa expedição e captura. Estou orgulhoso por ter contribuído neste trabalho, com minha experiência de mergulho, retirando esse peixe que poderia oferecer riscos para nossa atividade diária”.
O biólogo marinho do Inema, Eduardo Barros, explica como a equipe atuou para localização e captura do animal. “Realizamos vários mergulhos, primeiro para fazer um reconhecimento da área e, a partir daí, iniciar as buscas nas rochas e recifes de corais, locais onde o peixe costuma se abrigar. Utilizamos equipamentos adequados, como redes especiais e luvas reforçadas, evitando o contato direto com os espinhos dorsais, altamente venenosos e que podem causar dor e reações alérgicas intensas”, alertou.

Fotos: Matheus Lemos – Ascom/Sema
Riscos ao meio ambiente
Espécie exótica de ocorrência no Indo-Pacífico, a população de peixe-leão pode crescer rapidamente. Na fase adulta ele pode alcançar até 47 cm com 18 espinhos venenosos, representando uma grande ameaça para a biodiversidade local e riscos à saúde humana.
“O grande problema é que esse animal exótico é predador de várias espécies de peixes da nossa fauna silvestre, não tendo outros animais que possam controlar sua proliferação no Oceano Atlântico, além de ser venenoso e ter alta taxa de reprodução”, enfatizou o veterinário do Cetas/Inema, Marcos Leônidas.
O veterinário também alerta para que as pessoas não tentem capturá-lo e caso aconteça o contato acidental com o peixe, procurar imediatamente um posto de saúde mais próximo. “Embora os acidentes com o peixe-leão sejam raros, ao perfurar a pele humana o animal injeta uma toxina neuromuscular que pode causar ferimentos de leves a graves, com sintomas como necrose do local, náuseas, febre e até mesmo convulsões”, concluiu.
Alerta à população
A Sema e o Inema seguem monitorando a situação e reforçam a importância da colaboração da sociedade na contenção do peixe-leão na costa baiana. Em caso de avistamento não tente captura-lo, e no caso da pesca acidental do peixe-leão não devolva para o mar. Em ambas as situações, o importante é agir rapidamente e entrar em contato imediato com o Inema pelo Disque Denúncia 0800.071.1400, pelo e-mail denuncia@inema.ba.gov.br ou pelo Resgate no WhatsApp 71 99661.3998.
Fonte: Ascom/Inema
Governo do Estado reforça alimentação escolar e garante mais rendimento dos estudantes nas aulas

Foto: Emerson Santos
O Governo da Bahia vem reforçando, cada vez mais, a alimentação escolar do ano letivo, ofertando aos estudantes matriculados refeições saudáveis, saborosas e de alto valor nutricional. A previsão para este ano é que sejam investidos R$ 510 milhões na alimentação escolar. Deste total, R$ 420 milhões são provenientes do orçamento estadual e R$ 90 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Governo Federal. Soma-se a isso a aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar, como arroz, feijão, farinha, flocão de milho, aipim e polpas de frutas.
Por meio da Secretaria da Educação do Estado (SEC), são ofertadas 30 milhões de refeições, por mês, para as escolas estaduais, incluindo seus anexos. Diariamente, são servidas até cinco alimentações, desde o café da manhã até a ceia, para garantir a segurança alimentar dos estudantes, bem como contribuir para a aprendizagem e a sua permanência na escola.
No Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques, localizado no bairro de São Cristóvão, em Salvador, por exemplo, a alimentação reforçada vem garantindo melhor rendimento nos estudos, como contou a estudante Milena de Melo, 17 anos, 3º ano. “As refeições servidas no colégio são muito saborosas e todos os estudantes aprovam. Eu me sinto bem mais motivada e disposta para estudar após comê-las. Além de serem variados, os pratos não são gordurosos e isso é muito bom para a nossa saúde”.

Foto: Virlane Carmo
A técnica em Nutrição, Luciene Santos, que atua no mesmo colégio, falou da importância do trabalho com as cozinheiras. “Eu as auxilio no preparo das refeições e todo o cardápio elaborado se baseia nos critérios do Pnae. Além disso, verificamos a temperatura e coletamos amostras dos alimentos e fazemos todo o controle de higiene, tanto dos alimentos quanto do ambiente da cozinha”.
Segundo a cozinheira Maria do Carmo Cruz, que trabalha há 15 anos no colégio, todas as refeições são feitas pensando no bem-estar dos estudantes. “A cozinha é coração da escola e eu preparo tudo com amor e carinho. Além de pratos como strogonoff, feijão tropeiro, feijoada e cuscuz temperado, que são os prediletos, eu também faço pratos veganos para quem não come carne, como frigideira de soja com salada e, também, comida batida para alguns estudantes da Educação Especial”, informou.

Foto: Emerson Santos
Fonte: ASCOM/SEC
- 1











